terça-feira, 25 de agosto de 2015

Extraño

Extraño

                O esquecimento é tão longo. E estranho. Assim como dormir em paz e acordar sem medos. Sentir frio e pensar que a fé foi perdida, quando na verdade é apenas uma tarde de inverno. Quando na verdade ninguém ensinou direito a diferença entre fé, julgamento e medo. E com isso o amor se vai.
                E com isso o amor se vai, feito o éter no espaço, atmosfera, obrigação, e fé. Nada mais vale se não for a partir disso. Mas novamente, ninguém ensinou a diferença entre se entregar e se ferir. E com isso a inutilidade envolve.
                E com isso a inutilidade envolve, porque atos são cobrados, mas ... não são reconhecidos. Não importa se for em um livro, ou passando um final de semana vestido de rosa. Restando assistir estranhamente a vida pela televisão e observar a exposição da felicidade alheia pela internet. O esquecimento é tão longo.
                É estranho. Como olhar para trás e ver os caras de uma banda de Porto Alegre na mesma fila para comprar o mesmo CD daquela banda inglesa. No caso deles é extraño, por alguma influência interessante do rock que vem de Buenos Aires levado para algum teatro. Eu era o número 17, eles cinco os seguintes. Hoje, estranhamente,  eu me recordaria de quem seria o número 23.
                O nome sussurrado e o cansaço de uma febre que vem e vai, e quando for espero que não volte. Mas a gente não escolhe aquilo o que volta ou não para a gente. Mesmo que possamos amar e achar que fomos amados algumas vezes. Ninguém perde a fé, até que descubra o jeito certo, e não ensinado, de acreditar. E o que estava para ser perdido, se renova.
                É simples, como “seja vegetariano” escrito à tinta spray em uma parede. É estranho, como “seja vegetariano” escrito à tinta spray em uma parede. A mensagem por si só é uma boa dica de saúde. E quem irá julgar? Os mesmos que não sabem ensinar sobre fé?

                Como uma canção descrita em uma escrita livre, é apenas estranho. E ninguém saberá responder, e se contar histórias de fé tudo bem, desde que sem questionamentos. Estamos preocupados com nossos umbigos, mesmo que a nossa volta tentem não deixar nos aproximar. E fomos ensinados a não questionar. É estranho. É estraño. E isso não está certo.

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