Extraño
O
esquecimento é tão longo. E estranho. Assim como dormir em paz e acordar sem
medos. Sentir frio e pensar que a fé foi perdida, quando na verdade é apenas
uma tarde de inverno. Quando na verdade ninguém ensinou direito a diferença
entre fé, julgamento e medo. E com isso o amor se vai.
E
com isso o amor se vai, feito o éter no espaço, atmosfera, obrigação, e fé.
Nada mais vale se não for a partir disso. Mas novamente, ninguém ensinou a
diferença entre se entregar e se ferir. E com isso a inutilidade envolve.
E
com isso a inutilidade envolve, porque atos são cobrados, mas ... não são
reconhecidos. Não importa se for em um livro, ou passando um final de semana
vestido de rosa. Restando assistir estranhamente a vida pela televisão e
observar a exposição da felicidade alheia pela internet. O esquecimento é tão
longo.
É
estranho. Como olhar para trás e ver os caras de uma banda de Porto Alegre na
mesma fila para comprar o mesmo CD daquela banda inglesa. No caso deles é
extraño, por alguma influência interessante do rock que vem de Buenos Aires
levado para algum teatro. Eu era o número 17, eles cinco os seguintes. Hoje,
estranhamente, eu me recordaria de quem
seria o número 23.
O
nome sussurrado e o cansaço de uma febre que vem e vai, e quando for espero que
não volte. Mas a gente não escolhe aquilo o que volta ou não para a gente.
Mesmo que possamos amar e achar que fomos amados algumas vezes. Ninguém perde a
fé, até que descubra o jeito certo, e não ensinado, de acreditar. E o que
estava para ser perdido, se renova.
É
simples, como “seja vegetariano” escrito à tinta spray em uma parede. É
estranho, como “seja vegetariano” escrito à tinta spray em uma parede. A
mensagem por si só é uma boa dica de saúde. E quem irá julgar? Os mesmos que
não sabem ensinar sobre fé?
Como
uma canção descrita em uma escrita livre, é apenas estranho. E ninguém saberá
responder, e se contar histórias de fé tudo bem, desde que sem questionamentos.
Estamos preocupados com nossos umbigos, mesmo que a nossa volta tentem não
deixar nos aproximar. E fomos ensinados a não questionar. É estranho. É estraño.
E isso não está certo.
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