terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Quando acreditamos

     Quando acreditamos as coisas acontecem. Acontecem em velocidade surpreendente e envolvente. As portas se abrem e as oportunidades surgem. Nos convidando e nos estimulando, nos testando e nos motivando. Quando acreditamos passamos a ser os nossos sonhos e passamos a nos tornar esses sonhos. Primeiro em parte e até que em dado momento, por completo.
     Quando acreditamos passamos a ser em parte os nossos sonhos, até que nos percebemos envolvidos e envolvendo por completo o que, com tanto carinho, queremos. Descobrimos os "comos",  abandonamos os "porques" e realizamos algo. Podemos avistar, mesmo à distância, o que buscamos como se estivéssemos tocando o que antes mal se podia ver, passamos a enxergar o que antes era apenas um ponto confuso. E mesmo cheio de dúvidas, acreditamos mesmo assim e seguimos.
     Quando acreditamos o ponto no horizonte passa a ter cor, cheiro, espaço e presença. O veículo se torna o próprio caminho e encontramos companheiros para essa viagem. Que também estão realizando algo, e as portas se abrem. Quando acreditamos entendemos qual é o combustível e o sorriso vem.
     Quando acreditamos o sorriso fica no rosto, mesmo que cansado, encontrando o olhar. Os passos, mesmo que em areias movediças, se tornam cada vez mais firmes e os atos cada vez mais duradouros. Não há vaidades, apenas entrega. A linha se torna reta, por coragem e por mérito, mesmo que em curvas, subidas, descidas. Quando acreditamos a estrada da busca é o próprio espaço de encontro.
     Quando acreditamos muitos sonham com a gente, mesmo que cada realização caiba a quem se propôs tal destino. Não há necessidade de convencer ou ser convencido, há apenas entrega. E a marca fica por onde se passa, deixando o caminho por completo. Deixando o caminho completo do mesmo sonho que um dia abriu espaço para o primeiro passo, o primeiro passo que demos quando acreditamos.
   

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A bailarina e o melhor negócio



João buscava seu melhor negócio. Passava dias e dias ligando do seu escritório para clientes em potencial. Acreditava no seu produto, pensava que faria a diferença. Estudou sobre tudo que julgava ser necessário para fechar seu melhor negócio. De empreendedorismo a engenharia necessária para fabricar seu produto. Um bom tempo dedicado e nenhum resultado, frustando o rapaz um pouquinho mais a cada dia. Mas ele persistia, mesmo que quase mecanicamente, ligava para os clientes e mesmo sem fechar o seu melhor negócio, seguia ligando. Um dia, quando se sentia esgotado apenas sentou em sua cadeira, fitou a paisagem pela janela com o olhar quase se perdendo, e no instante anterior a seu esbravejo de raiva e desilusão, o telefone tocou. Seu melhor cliente havia se apresentado. Estava tentando contato há algum tempo, mas o telefone costumava estar ocupado.

Maria, sonhava em ser bailarina. Mudou de cidade para isso. Frequentou por dois anos o mesmo estúdio, pagando as contas com seu trabalho em turnos opostos. Mas a falta de base teimava em deixá-la para trás das colegas. Não participara de nenhuma das apresentações que o estúdio montara. Mas mesmo assim se dedicava, se alongava, se machucava. Mas ao contrário de todos os outros, não se soube de uma reclamação dela sobre as dores comuns e as lesões naturais de quem se permite repetições excessivas. Até que um dia pensou em não ir mais ao estúdio, estava começando a sentir que não fazia parte daquela magia que os colegas ajudavam a compor. Saiu de casa para o estúdio para comunicar a professora de que não voltaria mais, mas ao entrar no grande salão em que praticavam, uma surpresa. A sala escura e em silêncio a intrigou. Acendeu a luz e então se deparou com uma bela faixa com seu nome escrito ao lado de um parabéns brilhante. Os colegas saltaram de todos os lados e a professora a recebia com um grande abraço. Informava que essa cena toda ocorria porque finalmente haviam encontrado a peça ideal para Maria participar, e como a personagem principal. E que essa busca já vinha de algum tempo, era inadmissível que alguém tão dedicada como Maria passasse em branco por aquele estúdio.