terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O rapaz e o homem, naquele mesmo bar

            Um rapaz entra em um bar, depois de topar com um sujeito um tanto quanto tenso e calmo ao mesmo tempo. Não há outra forma para expressar o tal sujeito. Enfim, o rapaz entra em um bar e se surpreende. Encontra o atendente caído no chão, alguns vidros quebrados no móvel que mostra as bebidas e no balcão além de gelo espalhado, um copo só com gelo e um forte cheiro de Gim. Pensa sobre isso quando quase tropeça em uma lata de água tônica. Enquanto alguém tenta levantar o atendente que diz estar bem, e o rapaz pensa que diz isso por orgulho, um outro homem bebe calmamente seu wiskhy no balcão.

             O rapaz , que é muito impressionável, olha atentamente para esse homem. Que percebe e lhe faz uma saudação com o copo. Assim que o atendente levanta pede mais uma dose de wisky, e oferece uma ao rapaz. Que senta ao seu lado e pega um dos gelos do balcão para colocar no copo, já que o atendente demonstra dor em cada movimento. Resolveu ser um bom rapaz evitando mais desconforto para o pobre atendente.

            Assim que os outros clientes voltam à suas mesas e o atendente vai se sentar em algum lugar, o rapaz pergunta ao homem ao seu lado o que aconteceu naquele bar. O homem lhe responde "alguma coisa por causa de um apelido" e se envolve com mais um gole no seu wisky. O rapaz questiona porque a resposta é tão evasiva, como se o homem ao seu lado não se importasse com o que aconteceu.

           O homem lhe responde: "eu me importo sim com o que aconteceu, mas não pude evitar. O outro sujeito, aquele que passou por você quando entrou no bar, avisou que só queria sua bebida, e o atendente em vez de preparar a bebida quis defender sua honra. Deu no que deu."

Rapaz; "E porque você fala isso com tanta calma, com tanta distância?"

Homem: "Porque como eu disse, não havia o que ser feito. Quando vi o atendente já estava no chão. E além do mais ninguém ia querer se meter com aquele sujeito. Ele só queria seu gin tônica, assim como eu só quero meu wisky"

Rapaz: "Como assim?"

Homem: "Bom, ele pediu Gin Tônica..."

Rapaz: "Não, o seu wiskhy. Porque ele é tão importante?"

Homem: "Porque é onde eu revejo o meu dia. E aceito o que foi bom e revejo o que não me agradou. Sabe, talvez você não cometa os mesmos erros que eu, e isso será algo bom, mas por algum tempo o único refúgio que eu tive foi esse wisky. A essa hora do dia, em bares como esse."

Rapaz (que já havia esquecido do atendente, do sujeito, e do seu próprio wiskhy): " O que aconteceu?"

Homem (depois de um gole no wisky, de olhar o copo com calma, girando-o): "Eu fiz algumas escolhas complicadas, não percebi algo muito importante à minha frente pedindo minha atenção. Precisando de mim (sic) e eu desatento. Depois de perceber isso,  a vida se tornou apenas em um campo para reparar todos esses erros."

Rapaz: "E quando você acha que vai passar esse tempo e a vida se tornará mais suave e será mais do que esse momento do dia?"

Homem (sem olhar para o rapaz): "Hoje, quando eu acabar com minha bebida e sair por aquela porta."

Antes que o rapaz dissesse algo, o homem tomou seu gole triunfante e saiu porta a fora do bar. O rapaz ficou assistindo a cena e sentiu uma alegria imensa pelo seu agora amigo, e sorriu com calma quando um discreto feixe de luz brilhou da rua para dentro do bar. Dias mais felizes estavam encontrando o homem. E o atendente estava feliz , havia ganho R$ 100,00 de gorjeta. 

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Enquanto isso...

           Uma senhora pega um sorvete no bar ao lado do seu trabalho, conversa com a moça que a atende. Recebe seu sorvete e segue de volta.A moça limpa algo no balcão, limpa as mãos e aguarda o próximo cliente.
           Um senhor trabalha. Está no alto de uma pequena construção envolvido com um dos cantos do que deve se tornar uma parede. Apoiado em quatro barras de ferro que saltam do concreto. A chuva cai em pequenas gotas minusculas, quase ausentes. E ele não coça a cabeça e nem tira o suor do rosto.
           Uma moça anda apressada com um senhor. Os dois com seus guarda-chuvas nas mãos, recém fechados. A conversa parece que logo ficará tensa, e eles andam com pressa. Talvez para fugir da conversa ou para encerrar o assunto, ou chegar em algum lugar mesmo.
           Uma senhora atravessa a rua e pergunta a uma rapaz se ele sabe onde fica tal lancheria. Ele resolve acompanhá-la até o local, e depois de atravessarem a rua, um casal pergunta ao rapaz onde fica uma loja de artesanato. O rapaz indica onde acredita ser a loja e segue com a senhora. Volta na direção em que estava.
            Encontra o rapaz do casal em frente a loja, que era mesmo a que procuravam. Sorri, feliz por ter indicado o local certo e segue seu caminho.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

A máquina do tempo

       Quem vence o tempo? Quem o aproveita? E quem, principalmente, o vive? Ao perceber segundos escorrendo pelas mãos alguém se move. Alguém se move e as rodas do trem giram. Alguém dá a partida em algum carro, basta apenas girar as chaves mesmo.
       Alguém pensa apreensivo sobre o atraso para tal evento, esbarra em uma pessoa lúcida e calma. Tão calma que parece fluir pelo tempo, mesmo que em outro momento o tempo venha feito uma onda lhe exigir ação e decisões. E se há tempo, então há saída.
       Existe o rumo de ver o tempo passar, e assim não há saída. As mãos não seguram as areias do tempo. O tempo é seu amigo e quer lhe ajudar, se respeitá-lo chegará aonde deseja. Se respeitá-lo alcançará o que sonha. E se respeitá-lo, encontrará o que procuras. 
       Olhe para o hoje, o passado deixou seu alicerce e o amanhã é uma mulher vaidosa se preparando para lhe receber o mais bela possível. Respeite o tempo, e haverá tempo. Tempo para aproveitar e justificar toda a entrega ao longo do seu curso. 
       Respeite o tempo e terás na mãos a melhor máquina do tempo que existe. Você mesmo. Respeite o tempo.