quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Feliz Natal

Tempo de Natal, época de pensar sobre inúmeras situações. Se fizemos o bem, se fizemos o não tão bem assim, refletir sobre o que podemos melhorar e no que devemos nos inspirar. 

O Natal também marca a comemoração do aniversário de um dos seres humanos mais fantásticos e marcantes que já passou pelo nosso planeta. Sua passagem há mais de dois mil anos marcou o inicio das religiões que hoje permeiam a nossa cultura. E seus ensinamentos e vivências influenciaram a criação do livro de maior circulação da história.

Pensando nisso, e em outras coisas também, me questionei: O que eu penso sobre Jesus Cristo? O que esse personagem histórico representa naquilo tudo que vivi até hoje, e qual a sua influência naquilo que observo e convivo.

O fato mais marcante sobre esse jovem que viveu 33 anos, e eu escutava desde criança era o que ele dizia sobre julgamentos: "não julgues para não serem julgados". Me irritava adultos falando de outros adultos sobre coisas mesquinhas e me ensinando isso em ambientes religiosos. Enfim, não se pode julgar ninguém, apenas agradeço por terem me ensinado isso. 

Há ainda os milagres da multiplicação, e andar sobre a água. O poder se sua palavra se fortalecia em seus atos. E os seguidores aumentavam a sua capacidade de carisma e de entrega. Imagino que curiosos, já que alguém estava preocupado em responder suas perguntas. E em um mundo sem televisão, alguém que oferecia atenção falando sobre amor e paz, provavelmente cativaria muitas atenções.

Mas o que marcou mesmo querer escrever sobre esse assunto vem do que não se tem registro da historia de Jesus Cristo. Sabe-se muito pouco da sua adolescência e do inicio de sua vida adulta, e praticamente nada de suas duvidas. Mas imaginando que ele viveu dentro um corpo de um ser-humano como qualquer um de nós, e evoluiu a ponto de se tornar uma pessoa tão madura e tão lúcida, me peguei pensando sobre as crises que levaram a essa evolução.

Ninguém evolui sem crises, ninguém ama sem negar o amor dentro de si antes, ninguém sorri sem se ferir antes. E ninguém se encontra sem antes se perder. Confesso que pensando assim cheguei a conclusão de onde vinha a fé expressa por Jesus Cristo. Se ele evoluiu tanto , em pouco tempo, e a evolução só vem a partir de crises, que tamanho foi o sofrimento de Jesus e para quem ele apelou em suas angustias? Quem segurou a sua mão? Quem não o desviou daquilo que ele tanto ansiava e tanto lhe doía a distância? Com essas perguntas acredito enxergar um pouquinho da fé de Jesus Cristo, e aceito que na Bíblia e em qualquer outro documento não se encontrem registros dessa fase de sua vida. Deixe que as dores de cada um se transformem em pó, e a alegria e a vida de todos se expandem através da nossa capacidade de amar.

E eu nem falei em sacrifício, já que segundo os registros o Grande pai sacrificou o seu filho para que todos possamos pecar e ser perdoados. Basta que aceitamos o perdão dentro de nossos corações, através do livre-arbítrio.

E tudo isso para que possamos viver em um mundo de paz, fé, esperança e o que há de mais importante que é o amor.

Feliz Natal

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Coisas bonitas

            Se propor às coisas bonitas. Esse é o caminho, assumir a responsabilidade pela beleza das coisas que nos envolvem e se oferecem. Passar a fazer parte da beleza do mundo e se transformar.
              Um segundo e a diferença se apresenta, estamos no caminho certo. Buscar forças e paciência onde elas sempre estiveram, dentro da gente. E então mudar as coisas, por principio e por desejo. E com o máximo de carinho, amor e dedicação  possíveis.
             Todo esforço é reconhecido e observado, e esse é o movimento correto. Se mover em direção do que realmente importa, passo a passo, impondo velocidade e felicidade aos nossos atos. Só assim para transformar parte do mundo em um mundo melhor.
          Transformar parte do mundo em um mundo melhor e sorrir. Porque a simples iniciativa já produz mudanças e deixa a nossa marca. E a gente segue, lutando, aprendendo, sorrindo e, principalmente, crescendo.

              E se agora estou sorrindo e me movimentando é porque o teu sorriso movimenta o meu. E isso justifica cada passo no caminho da nossa felicidade.  

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A acompanhe

A acompanhe.

                Quando ela surgir, trazendo movimento e todas as exigências necessárias para quem se movimenta. Aceite e a acompanhe. A acompanhe. Para encontrar as cores verdadeiras e o melhor movimento.
                Quando ela surgir, se movimente. Cresça, independente do que aconteça, independente do quanto ainda seja imaturo. Dê o salto e vença na vida. Porque acompanhá-la é um presente que a vida está lhe oferecendo. E presentes assim podem se esperar por uma vida inteira. A acompanhe.
                Quando ela te movimentar, siga o ritmo. Feito uma dança sem fim e que a melodia é a sua própria vontade de ser feliz. Aceite, que a vida te deixou frente a frente com o que você sempre desejou. E a acompanhe.
                Quando ela surgir, e tudo passar a conspirar a favor, simplesmente se encaixe nesse ritmo. E a faça feliz, e a acompanhe. Seja andando uma quadra, ou ter que ir para outro país. Melhore sua saúde, acredite que pode vencer as situações desconfortáveis, se aproxime das pessoas certas, se informe sobre tudo que precisa aprender, faça canções, escreva um livro, lute para ganhar mais, peça perdão para quem você machucou, perdoe quem lhe machucou e siga. Siga com ela, a acompanhe.

                Quando ela voltar, sorria. A vida está te dando o presente que você e ela merecem. Porque você aprendeu, e porque um homem jamais poderá fugir ao seu destino. Porque ela lhe eleva, por exigência e por carinho e você aprendeu. Olhe com coragem e cheio de medo (isso realmente não importa) nos olhos dela, enlace seus dedos nos dela, respire fundo, agradeça e a acompanhe. A acompanhe.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Linha reta

                Um segundo inteiro para o mesmo projeto, e o cuidado de manter a linha reta. Corriqueiro e exigente, mas transformador. Apenas a força da disciplina para nos ensinar a qual velocidade podemos nos  guiar. Arregaçar as mangas, ou ajeitá-las até o punho, o contexto vai dizer a direção. Se adaptar é confiar no que vai encontrar. E invariavelmente confiar em si próprio.
                Perguntas, respostas, processar a informação. Um ciclo racional e justo, e porque não usar esse mesmo ciclo para se aproximar do que realmente importa? Só vejo uma resposta aceitável. Nesse ponto em que se valorizar passará a mudar algumas coisas, e a paciência se tornará uma aliada.
                Porque sempre se pode devolver o que há de bom para quem nos faz bem, mesmo se machucamos alguém ou fomos machucados. É nesse momento que tudo começa a fazer sentido, e o crescimento acontece.

                Encontrar-se frágil e ainda assim seguir, cheio de questões e incertezas, mas ainda assim tentar, se expor. As qualidades que forem necessárias serão exploradas, porque é o que há de melhor a se oferecer. E isso impulsiona e, com toda certeza, leva adiante. E a gente se eleva. Ondas curtas, ondas longas, a proximidade é a mesma. 

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

A criatividade

A criatividade.

Ela vem do nada e surge tão intensa e de repente, que pode até confundir. Quase como se dá conta de que aquilo que sempre quis está bem à sua frente. Momento único.

Ela vem do nada e surge tão renovadora, que pode até mudar sua vida. Talvez essa ideia guardada aí dentro mude o mundo, melhore um produto, otimize uma empresa, te leve à pessoa que ama.

Ela vem do nada e surge tão sólida, que surpreende mesmo. Porque talvez até aquele momento, não havia pensado ainda ser capaz de tal feito. Mas incrivelmente agora é possível.

Ela vem do nada e surge tão exigente, que põe medo. Porque daqui pra frente é mãos á obra e muito trabalho. Essa é a única exigência.

Ela vem do nada e surge tão iluminada, que além da lâmpada acesa acima da cabeça, acaba por envaidecer. E sua única exigência é pô-la em prática.

A única exigência das idéias é serem colocadas em prática.

Um brinde a um mundo com idéias, atitude e amor.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Jantar simples

             Havia marcado uma janta, na casa de uns amigos. Tinha muito trabalho a fazer, mas confirmou presença. Estava saindo do banho quando um dos amigos que iriam lhe ligou para dizer que mudaram para um restaurante, aquele que ele gostava. Se animou e saiu de casa rápido, mas tinha muito trabalho a fazer.

                Pediu um chopp enquanto conversava com o casal que já estava lá, atendeu o telefone e era sua melhor amiga dizendo que iria se atrasar. Enfim, normal esperar por ela. Todos riram na mesa com a noticia.

                Com a mesa (quase) completa, o trabalho voltou à sua cabeça. Resolveu sair para fumar um cigarro sozinho. Acendeu, olhou o telefone, mesmo sabendo que não havia tocado. A rua era calma, e só ele curtia o vento frio que batia.

                Enquanto curtia aquele momento e o trabalho já estava tão distante quanto a Espanha do Japão, escuta alguém lhe dizer:

- Moço, me empresta o fogo¿

                Soltando um “ Claro!” e procurando o isqueiro no bolso, ele olha para quem falou com ele. Reconheceu aquele rosto.

- Peraí, eu te conheço, te vi uma vez numa livraria. 5 ou 6 anos atrás, tu não vai se lembrar, mas engraçado, eu me lembro.

- Sério¿ 5 ou 6 anos atrás numa livraria¿  Engraçado. Mesmo assim, obrigada pelo fogo.

Devolve o isqueiro, depois de encerrar o seu cigarro,  senta na mesma mesa em que ele está com seus amigos.

domingo, 1 de junho de 2014

Quando o melhor aconteceu

                Naquele dia engraçado, de piadas e besteiras. Quando nada mais importava, porque o amanhã vai chegar apenas depois de hoje e o que não está resolvido permite alguma liberdade. No meio dessa lentidão, você estava ali.
                Naquela fase complicada, de pouco dinheiro e muitas dúvidas. De olhar cabisbaixo e sensações de temor sobre o futuro. Na hora de seguir adiante , buscar algo diferente, mesmo que talvez nada se encontre. Na hora de acreditar , você também estava ali.
                Quando as rodas giraram ao contrário, mudando de rumo um verão e torcendo um joelho. Quando tudo ficou em silêncio , no escuro e em suspense. Quando não chegou o fim, você estava ali.
                Na época em que era preciso se concentrar, finalizar um projeto longo, demorado e um tanto complicado. Quando foi preciso trocar as ruas  por livros, e centralizar a criatividade em um tema só. O mate estava servido, e a conversa amiga também estava lá, compreendendo com sua paciência , que era hora de investir em algo realmente importante.
                Quando estava aprendendo algo, vivendo aventuras sem compreender muito bem o que acontece. Explorando limites e celebrando além da conta, queimando a energia da juventude, como se ela jamais se esgotasse. Você estava lá, crescendo comigo,  me acompanhando e  ensinando as lições certas.
                Quando o verão chegou, na hora certa e mostrando o mar. Iniciando momentos que levam adiante, ensinando sobre maturidade , mas permitindo sonhar. Confirmando conquistas, e impondo felicidade e novos hábitos. Quando tudo ficou leve , mesmo dentro de uma densidade constante, você estava lá.
                E quando eu entendi que valia mais a pena sorrir, apesar das coisas que podem ferir a gente no caminho. Que o mundo é muito mais do que reclusão e desamores antigos, e o caminho nos coloca frente a frente às perguntas certas. Quando o melhor aconteceu, você também estava ali, sorrindo comigo.
               

                

domingo, 25 de maio de 2014

Isqueiro esquecido

            Dois amigos conversam sobre coisas à toa , pela rua onde costumam viver parte de sua rotina ao longo da semana. Mas é domingo e é final da manhã. Eles gostam daquela mudança , quase que completa de atmosfera. Um segura a guia do seu cachorro, o outro procura um isqueiro no bolso. Como esqueceu em casa, não faz o que queria fazer e se concentra na conversa.
            O rapaz do cachorro , conta animado e frustrado ao mesmo tempo  sobre uma ligação telefônica da sogra. Em pleno horário de almoço, durante uma reunião com o chefe e alguns colegas. E a situação era surreal de tão engraçada, e ele não podia rir como queria ao desligar o telefone. Enfim, o tipo de situação que só em conversas com certos amigos para se esvair , do momento não vivido e da gargalhada reprimida.
            O rapaz do isqueiro esquecido, depois de rir bastante da cena, e comprar um sorvete, comenta sobre aquele amigo quietão dos dois. Contou que o encontrou outro dia, nessa mesma rua, na hora do almoço, se ele não está enganado. Mas não sabe como ele anda, ou o que ele tem feito dos seus dias. Foi apenas um daqueles ‘joinhas’ jogados ao silêncio, enquanto alguém estava com pressa.

            O cachorro cansa da caminhada, já faz uma hora que segue no trote da conversa dos dois rapazes. E  está com sede, e não se deixa um cachorro com sede. Seu dono o leva para casa, se despede do amigo, que então se dá conta. Se dá conta que estavam os dois juntos , conversando , num ponto próximo da mesma rua, em outro dia, quando viu o tal amigo quietão. Ajeita a jaqueta, pra se proteger de um vento frio que sopra. Percebe um volume no bolso da jaqueta, o isqueiro não havia sido esquecido em casa.