quarta-feira, 1 de maio de 2024

Brilhe no seu próprio diamante

                Brilhe no seu próprio diamante

Quando algo vale a pena eu já sei o que devo fazer. Porque quando algo vale  a pena eu estou me transformando. Me transformando em algo melhor, porque coisas boas nos levam a coisas boas. E é preciso se envolver.
                É preciso se envolver, e sorrir. E sorrir faz toda diferença, a mudança começa em mim e vai tocar aquilo que me cerca. E um dia de céu azul como o dia de hoje será tão especial como aquela tarde de chuva. E a paisagem sempre me oferecerá cores bonitas.
                Cores bonitas e movimento. Movimento para ir adiante e crescer, quando algo vale a pena tudo se transforma. O mundo dentro e fora daquilo que sinto e me interesso. E o resultado começa ali, naquele passo e nesse envolvimento.
                Quando algo vale a pena, eu me movimento e tento uma, duas, quantas vezes forem necessárias. Para mostrar o quão especial e importante isto é para minha vida. E eu me transformo.
                Eu me transformo, não apenas para retribuir, mas para crescer. Porque só crescendo eu posso dar algo de volta. E dando algo de volta eu me sinto bem e, acima de tudo, passo a encontrar alegria e felicidade.

                Porque quando algo vale a pena eu já sei. Eu sei e percebi  que aquilo que me faz bem também pode fazer bem aos outros. E essa é a oportunidade que sempre esperei para fazer a diferença. Fazer a diferença por algo que vale a pena. 

Valt - A verdadeira história IV

Coachella Festival

                A banda chegou ao Festival de Coachella um pouco irritada com a produção do evento. Ninguém aceitava tocar antes do Oasis, uma banda como a Valt deveria encerrar o festival. Bobby bob informou aos rapazes que não tinha jeito, o contrato estava assinado e o dinheiro já havia entrado na conta de cada um. O mais irritado era Vitch, achava que esse tipo de situação diminuiria o mercado da banda nos Estados Unidos. Mas todos sabiam que ele , desde que ouviu um disco do Oasis, queria compor a sua própria “Champagne Supernova”.
                O show ocorreu muito bem. O Oasis receberia o recado da Valt, ou voltavam à sua grande forma ou o público se entediaria. A balada cruel “I still in line with you” contou com um coro de 20 mil vozes no refrão com Twick regendo a multidão, que cantava à capela na hora do bis. O set acústico em que Vitch tocou , à pedido de Irwin, “I want you” do Bob Dylan de surpresa na sequencia de “Dream, dream, dream” , foi seguro. Após tocarem no bis “The rubish way of life” , e Jones encerrar o show depois de um longo solo de bateria interagindo com o público, foram todos para o backstage. Foram todos encher a cara no backstage, com a ordem de Bobby bob de que jamais o episódio de Chicago se repita.
                O backstage era uma grande sala , com mesas com wisky , vodkas, cervejas. Modelos promovendo marcas de cigarro (modelos, cigarros e rockstars...), um telão passando algum jogo de basquete e som ambiente tocando alguma música. Escondido em algum canto um DJ comanda a festa. Esse era o espaço comum entre as bandas, e ninguém da Valt quis saber de ficar trancado em um camarim. Fora encontros esporádicos por Londres ,ou em algum prêmio de melhores do ano, é muito difícil de músicos se encontrarem.
                Jones e Vitch ficaram em algum canto com seus cigarros fedorentos e gargalhadas com o pessoal de uma banda de reggae nova, chamada G.A.R.E. , Twick estava mais reservado. A morena de Liverpool o acompanhou na viagem, e mais do que a vontade de fumar os cigarros das modelos (com as modelos), ele não queria saber de algum outro vocalista como Liam Gallagher saborear o seu caso. Irwin e Edward bebiam suas Heinekens em volta das modelos dos cigarros.
                Algum tempo depois , Cassy the Casty se apresenta a Vitch, como se ele precisasse de apresentações. O rapaz fazia parte da onda do momento, a banda country rock Woodpecker Horses, que estourava nas rádios naquele momento. Trocaram muitas ideias, inclusive a preferência por violões Crafter e guitarras da Jaguar. Diz a lenda que depois dessa conversa , Vitch passou a usar botas de cowboy em alguns shows. Noel Gallagher passou pela conversa, combinaram todos de um dia no futuro brincarem em algum projeto juntos, mas seguiu para suas Guinnes e seus Marlboros Light quando os dois foram para os cigarros fedorentos com Jones e o pessoal da G.A.R.E. Disse para seus colegas de instrumento que a Jamaica não é sua colônia da Inglaterra preferida.
                Bobby bob aproveitou para fechar a participação da banda em dois Late Show, com a banda se dividindo nas entrevistas: Irwin e Vitch no de Jay Leno , Jones e Twick no de David Letterman. Edward era o premiado da vez, escolheria em qual das duas iria, ou se não iria. A banda como um todo gostava desse ritmo de Edward, era o mais simpático de todos, honrando seu codinome “Edward Sometimes”.

                O que sobrou da noite foram inúmeras garrafas , de inúmeras cores e tamanhos espalhadas pelo chão e pelas mesas. Uma, ou duas calcinhas do logo da Marlboro jogadas pelos sofás do bakstage. Quatro ou cinco bêbados, provavelmente roadies , dormindo pelos cantos. Uma modelo também. Tocos e mais tocos de cigarro, pulseiras e papel picado pelo chão. 

Valt - a verdadeira história III

Pub em Liverpool. 5 horas da tarde. Encontro com Edward e Irwin, integrantes da Valt, que passa pela cidade para um final de semana em Anfield Road. Aresentando as canções dos seus dois primeiros álbuns. Enquanto gravam para o terceiro disco, fazem uma pausa para visitar a cidade , e tocar nas duas noites para um público estimado em 70 mil pessoas.

Q Magazine: Como vocês enxergam a cena musical atual¿

Irwin: Cada um na sua , preso a estilos. Mas mesmo nessa posição estabelecida a criatividade vem sendo bem explorada. Gostaria de ver como seria o encontro de certos estilos.
Edward:  Concordo com Irwin, mas ainda assim me divirto. Gosto de escutar o que vem se atualizando.

Q Magazine: O futuro do rock é se fudir à outros estilos¿
Edward: Provavelmente, gostaria de imaginar algo como U2 e Green day influenciando a mesma banda.
Irwin: é o caminho natural, mas não sei prever quais seriam os estilos que se encontrariam e seguiriram mais próximos.

Q Magazine: Como vocês definiriam o estilo da Valt, quais inlfuencias vocês definiriam como base¿
Irwin: Pink Floyd, é a minha principal influencia, mas ainda não sei se isso repercute no som da Valt. Nosso estilo é um crú de estúdio, se tu consegue entender.
Edward: Nosso som é comercial, não podemos ignorar isso. Acredito que as influencias acabem sendo aquilo que apresenta alguma formula de chamar a atenção. Beatles , Stones, mas também Nirvana e Pet Shop Boys.

Q Magazine: Falando em questões comerciais, vocês estão para lançar o terceiro álbum, e as vendas sempre são definidoras do que faz sucesso ou não. Voces acreditam no tal do desafio do terceiro álbum¿
Irwin: Isso tudo é superstição...
Edward (interrompendo Irwin): É que nem o Vitch disse uns ensaios atrás, se um gato preto passa na minha frente , porque eu que não posso dar azar pra ele¿ No fundo cada um acredita no que lhe cabe, estamos com boas canções.
Irwin: E também , como somos comerciais como tudo aliás, se pudermos usar isso como um bom Marketing para as vendas do álbum, Bobby bob já deve ter pensado nisso. Enquanto o oásis fala mal de todo mundo e o Eddie Vedder  fala da saudade do Kurt, o deboche é a nossa identidade.

Q Magazine: Podem falar algo das novas canções¿
Edward ri e toma um longo gole de cerveja para disfarçar, Irwin abre um sorrico irônico e diz:
- É parte do nosso marketing não falar agora das novas canções.

Q Magazine: O que esperam dos shows em Anfield Road¿
Edward: Que tenha a mesma atmosfera dos jogos de futebol. Nunca estaremos sozinhos!!!
Irwin: Mesmo sendo Gunners , acho que é exatamente essa a expectativa da banda. Ainda mais com a Copa chegando.

Q Magazine: É verdade que todos na banda gostam de futebol , principalmente Vitch¿
Edward: é com ele mesmo que eu falo sobre futebol, descubro os resultados e tudo o mais,
Irwin: Sim, ele é o nosso roadie Matthews costumam se reunir para assistir jogos, e ninguém aguenta assistir com eles.

Q Magazine: Ganharemos a Copa¿
A gargalhada geral no Pub, inclusive do atendente no balcão responde a pergunta.

Q Magazine: Como são as relações na banda¿ Obviamente que entre tantas pessoas, alguns são mais próximos do que outros...
Iriwin: Todos nos damos muito bem, afinal viemos quase do mesmo buraco de Middlesbrough. Mas o meu melhor amigo é o gato James Catfield. Que me acompanha nas turnês.
Edward: A rapaziada é gente boa, gosto de todos.

Irwin pede mais um café , Edward acende um cigarro. É a senha para o final da entrevista.


Julia Lindford, é free lancer e encontrou com os integrantes da Valt em um Pub de Liverrpool, Irwin tomou cinco jarras de Guinness com Edward. Os rapazes vestiam casacos de couro praticamente iguais, mas Irwin usava uma camiseta do Megadeth e corrente prata. Edward estava de boné e uma camisa laranja berrante. Os dois usavam tênis da adidas.

Um verão qualquer

Um verão qualquer. Já tinham seus 60 e poucos, os filhos viajariam para Europa. Os sobrinhos também. Os irmãos queriam ir para praia. Ninguém queria ir para o campo naquele verão. Menos eles, ou melhor, menos eles e as crianças. Porque não ¿
Ele foi a cidade buscar a trupe. Teve de fazer duas viagens. Eram ao todo 10 crianças, entre netos, sobrinhos netos e uma sobrinha mais caçula da irmã de um deles. 6 garotos entre 5 e 7 anos, 4 garotas entre 4 e 9.
Ela ficou organizando os 4 quartos e esperando a empregada que acompanharia o casal nessa temporada de 15 dias. Tv com dvd, internet em ordem, muita comida, e a piscina limpa. Recebeu as meninas primeiro, sabia que ele sempre manteria viva a mania de se esforçar para ser cavalheiro ao máximo, mesmo com as crianças. Os garotos deixaram o carro uma bagunça, e ele contou isso às gargalhadas.
Na primeira semana, ele ficou com o café da manhã. Acordou as 6 da manhã, depois de uma primeira noite agitada explicando porque não deixaria a criançada entrar na piscina as 7 da noite. Combinou com os garotos que todos ajudariam na hora de lavar o carro, depois do café da manhã, e sem isso sem piscina para ninguém. Ela combinou com as garotas de a ajudarem na arrumação dos quartos e lavar a louça todos os dias depois das refeições.
E era uma grande festa, cuidar para que todos escovassem os dentes após cada refeição, passar o protetor solar antes de irem para o sol, ir ao mercado e comprar mais pão. O neto mais velho fazia questão de ajudar à todo momento, a sobrinha de 9 anos também. Eram bons amigos, mesmo que houvesse a imensidão de 2 anos de diferença entre os dois.  
Um dia amanheceu muito quente, e quando todos se refugiavam depois do almoço em seus celulares e computadores na sala, começou a chover. Quando perceberam, não havia ninguém na sala, estavam todos pulando na chuva. Ele olhava ela, ela olhava as crianças, ele olhava ela porque ela ia mexer no cabelo e parar o tempo. E ela fez, os 3 segundos que marcavam ainda tudo para ele. Lá fora as crianças se divertiam, não teriam como evitar a piscina sem protetor solar.
Na hora de dormir ela passava no quarto das meninas, conversava sobre as coisas delas. As questões importantes da infância são sempre as mais importantes, e ela se divertia com tudo aquilo. Como ele pode ter essa idéia de trazer toda essa energia para o verão deles¿
No sábado ele fez um churrasco , liberaram o refrigerante e o doce. Afinal era sábado, eram férias de verão, e eram todos naquele momento crianças. Receberam a visita de um casal de amigos, que se envolveram tanto com as crianças que só foram embora no outro dia.
No domingo de tarde foram todos jogar bola junto. Ele organizou a brincadeira dos meninos, que queriam que ele ficasse no gol. Ela ficou com as garotas, vendo elas tocarem entre si uma bola de vôlei perdida, e depois acompanhando-as em alguma caminhada. Ele não foi junto, nem viu elas saírem, estava imerso na brincadeira de bola com os garotos.
Quando descobriu que um deles queria aprender a tocar violão e a menina mais nova queria ser cantora igual a uma apresentadora de tv, organizaram um pequeno show de talentos. A surpresa foi tanta com o neto declarando um poema para os avós que ele saiu a andar sozinho, no final da noite. Depois que ela adormeceu, não queria tirar seu sono, e o café da manhã essa semana era dela. Sentado no banco de praça que colocou no jardim agradeceu pela vida que o trouxe até aqui.  E voltou um tempo depois com um sorriso sereno e os olhos um pouco vermelhos, e com cheiro de incenso no ar.
A semana seguiu divertida , com sol. Lanches da tarde com muita pipoca e achocolatado, mas ela nunca deixava as crianças esquecerem das frutas. Os garotos cuidavam da louça para as meninas, e elas ajudavam a limpar a piscina.
No sábado os pais da criançada começaram a chegar, e o domingo amanheceu com metade das meninas e um menino a menos. Ela viu o neto se despedir da prima chateado , só a veria em duas semanas quando os dois voltassem da praia, duas semanas sempre é muito tempo na infância. Sentiu pelo sentimento dele, mas sabia que ele entenderia com o tempo essas coisas e ficou feliz pelo seu neto também demonstrar alguma emoção. Puxou o avô, pensou alto.
O almoço de domingo levou uma das meninas, deixando a mais nova cantando para eles e a casa que ia se esvaziando aos poucos e se tornando imensa. Os meninos ele iria levar na manhã seguinte para cidade e deixar na casa da filha deles.
 Ela deu um abraço no neto, mandou cuidar de sua mamãe e ligar mais seguido porque eles também sentiam saudade. Ele foi para o carro do avô , os outros garotos também se despediram dela e da menininha que os pais buscariam só no outro dia. Ao menos ela para ficar lhe fazendo companhia. E o carro seguiu estrada a fora em direção à cidade.
Três horas depois , ela escuta o carro parando em frente a casa. Da porta da garagem olha para ele, ele olha para ela. E então ela mexeu no cabelo, ele abriu um sorriso e lá de dentro ouviram uma voz infantil cantando alguma música. 

Esquinas tortuosas

                Estava vazio. Estava vazio e perdido. E como estava vazio e perdido, pensava não haver solução alguma , solução alguma para os problemas que julgava ter e naquela altura já nem sabia quais eram, ou do que se tratavam. Estava oco, tomado pelo ócio completo, se sentindo sem glória e sem razão de celebrar por algo, por algo que ecoava nas vozes próximas o congratulando. Congratulando por o quê, se sentia tão vazio?
                Então escrevia para passar o tempo, para passar o tempo até o dia em que fizesse sentido a sua conquista. E conseguisse celebrar essa conquista, celebrar como sonha celebrar, com a leveza de quem tem seus problemas urgentes resolvidos e suas aspirações atendidas. Assim como,  algumas vaidades, por mínimas que sejam, precisam ser atendidas. E assim o véu da dúvida se esvai , se esvai. A ponto de poder celebrar.

                Em alguma esquina de sua mente sabia que havia motivos para glória, mas nas estradas tortuosas de sua percepção se apresentava um pequeno vazio. Pequeno vazio, porém marcante, como uma canção qualquer que outra pessoa passa cantarolando e coloca em nossa cabeça , e só ouvindo a canção para se despedir dela. Uma hora passaria, mas essa hora não era agora , e isso o estava atormentando.

Valt - a verdadeira história V

Playboy UK: Nome?
Twick: Kart Von Del Twick

PBUK: Nome artístico?
T: Twick

PBUK: idade?
T: 51 anos

PBUK: profissão?
T: cantor, dançarino, compositor e amante... das mulheres.

PBUK: Hobby?
T: Beber e transar. Ou transar e beber, depende da ocasião e da disposição.

PBUK:  Canção preferida da Valt?
T: I Still in line with you.

PBUK: Cantor preferido?
T: Eric Clapton

PBUK: Por que?
T: “He dont lie, He dont lie, He dont lie...”

PBUK: Estado civil?
T: Comprometido...

PBUK:  Quem é a moça?
T: Todas as mulheres...

PBUK: Romântico então?
T: Sim, demais, mas também muito incompreendido...

PBUK: Seu nariz está machucado , o que aconteceu?
T: Eu resolvi praticar slackline

PBUK: E?
T:... numa péssima hora.

PBUK: Falando em esportes, qual seu time de futebol?
T: Crystal Palace.

PBUK: Mas você não é de Middlesbrough, pelo menos toda Valt torce para o time da cidade.
T: Eu gosto da faixa diagonal no uniforme. Foi isso que me fez torcer pelo Crystal Palace. Não me pergunte porque, não vou responder. (e cai na gargalhada)

PBUK: Se pudesse ir para uma ilha deserta com apenas uma pessoa, iria com quem?
T: Não vou dizer, muitas mulheres reclamariam.

PBUK:  Planos para a carreira?
Após uma fungada, Twick responde:  gravar outro disco solo, fazer uma boa turnê, talvez escrever um livro. Possivelmente minha biografia.

PBUK: Contando tudo sobre sua vida? Inclusive as histórias mal explicadas de Jaguar City naquele verão?
Twick: Não sei, isso envolve outras pessoas. Eu não me importo. (e solta uma sonora gargalhada)

PBUK: E uma reunião com a Valt, alguma turnê , ou até disco novo?
Twick: Depende do momento, eu tenho minha carreira solo, Edward mora na Austrália e surfa o dia todo. Irwin de repente é professor de Filosofia em Londres, Phillip é um renomado gourmet nos Estados Unidos. Jones e Vitch tem uma boate em sociedade, e Vitch tem se dedicado cada vez mais à sua carreira de escritor. Somos todos bons amigos, mas a profissão de cada um já não é mais a Valt.

PBUK: Obrigado pela entrevista, boa sorte no próximo disco.
T: Eu que agradeço , a sua bela companhia. Não gostaria de me acompanhar numa cerveja no bar do hotel agora?


PBUK – Lindsey Ugherford é jornalista, e assina a coluna 20 perguntas para a Playboy UK há 4 anos. Já entrevistou Paul McCartiney , Bono Box, David Beckham , Cristiano Ronaldo entre outras celebridades. Não se sabe se ela acompanhou Twick no bar do hotel de Londres onde ocorreu a entrevista. 

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Show de Luzes

- Hohoho, olha quem chegou!!!

- Quanto tempo terráqueo...

Uma mão estendida recebe um high five. Um brilho colorido explode longe longe longe no céu. Ninguém se impressiona. A mão segue estendida e seu dono diz em ironias e malícias:

- Impressionado com isso? Chegasse antes vc assistiria um belo espetáculo. 

- Como assim? 

- Hey Wood! Conte pra ele, sobre todas as maçãs no céu. Hahahahah

Ele seguia olhando para o céu. As cores eram fascinantes, e invocavam algo familiar. 

- Desculpe Agenor, mas ele já entendeu. Não há nada para ser explicado. 

-Agora eu que digo, como assim? 

- Explique vc pra nós, terráqueo. O que foi todo esse evento estranho e bonito ao mesmo tempo? E pq aquele bendito riff ecoava sem parar? Estamos no fim do universo. Sabemos que desse restaurante para a frente o que existe é apenas mecânica quântica retorcendo uma realidade para poucos. 

- Meus amigos e minha amiga. 

Amy acena lá de dentro do Piano Bar e solta no microfone: 

- Longa ida ao banheiro terráqueo. 

E caiu na gargalhada, quando ele respondeu em pensamento. 

Todos caíram na gargalhada, inclusive nos porões, estacionamento e outros locais do universo. 

E aí o terráqueo sorriu. E de repente o espetáculo reiniciou. E algo como um enorme sorriso transpareceu no céu. Wood e Agenor deixaram cair suas taças, que também pareciam sorrir. 

- E aí terráqueo. Era sobre isso que Wood iria te falar... 

- Eu sempre soube Agenor. 

O sorriso apenas parecia perpetuar. Um vento incomum para aquela região soprava. E um tanto distante aquele brilho no horizonte apresentava um sol ainda novidade para aquela região. 

- Apenas vc q não entendeu Agenor. 

Wood gargalhou também. Amy apenas sorri e cantou mais um refrão. Um cachorro gigante e um Sr de preto parecem dançar felizes. As capas esvoaçantes e elegantes. E aquele som feliz vindo de dentro. 

O terráqueo sorria ainda mais. 

- Espero q vcs tenham gostado do espetáculo Senhores e Senhora. Eu vim aqui apenas para conferir por este ângulo. 

Wood , Agenor, Rufus e a própria cabine telefônica sabiam o que o terráqueo queria dizer. E sorriram também.

O cachorro gigante uivava e o Sr de preto servia mais uma taça para Amy. Ziggy e seu raio no rosto brilhavam enquanto brindavam taças em sua mesa. Todos dirigidos em reverência ao visitante que agora parecia mais familiar. 

A camisa xadrez e a toalha dançavam com o vento. Quando a própria Coração de Ouro rompeu naquele céu pitoresco. Três cabeças saltaram para fora. 

- Vamos terráqueo. Temos mais uma coisa a resolver. 

Ziggy e seus parceiros de mesa gritaram. 

- Já está resolvido Trícia!