sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
"Achei que não viesse mais...- a canção da redenção "
Disse um Agenor esbaforido, abrindo a boca e projetando o braço e a mão em tom claro de quem vai pedir algo, quando é interrompido por aquele que ele achou que não...
- Um calrtinho?
- Eu preferia um Hollywood...
- Cuzão.
- Gostei de ver. Você aprendeu algumas coisas enquanto esteve fora. Muito bom. Tem fogo?
- Isso não vai explodir a nave?
- Só se for de gente que diz que parou de fumar vindo me pedir um pega.
- Eu tenho.
Som de clique de isqueiro chique sendo aberto. Som de isqueiro chique sendo acionado. Som de cigarro industrial sendo acesso por isqueiro chique. Som de isqueiro sendo recolhido e guardado no bolso.
- Você é o ?
- Sim, ele mesmo.
- E o que você veio fazer aqui?
- Usar a câmara da criatividade.
- Como assim?
- Terráqueo, ele vai usar aquele aparelho que te impressionou na outra visita.
- Aquele em que os músicos criam suas canções?
- Esse mesmo!!!
- E qual canção o senhor vai criar hoje?
- Redemption Song.
A resposta veio de um senhor aliviado e calmo, que sem se virar para o grupo respondeu á pergunta do garoto.
- Mas eu ainda nem sai do Sol para o Dó, quanto mais dar um título para essa canção...
- Você vai se opor a mim? Disse o senhor com um sorriso fraterno e motivante iluminando à todos na sala da câmara da criatividade.
- ...
- Ei , terráqueo, deixe eles decidirem entre eles isto...
- Deixe o garoto, ele conquistou o direito de estar aqui. De onde ele vem são poucos os que amam com tanto carinho a câmara de criatividade, este é um local dele também e que sempre será bem vindo. Utilize para suas criações também. Estamos curiosos.
- Gratidão senhor.
- Você não tem que ir ao banheiro? Vejo que hoje parece sem enjoos.
O senhor dá uma piscada, discreto, para o menino. Que sorri emocionadamente e responde para o amigo anfitrião.
- Isso passou, os enjoos passaram. Você quer um Hollywood?
- ... Como... Como você fez isso? Você disse que só tinha um carltinho...
- Vejo que aprendeu também...
Saudou um rastafari da câmara de criatividade para seu novo amigo e os dois cantaram juntos:
"But my hand was made strong
By the hand of the Almighty
We forward in this generation
Triumphantly "
Então , como num toque de mágica o senhor desapareceu da sala , deixando apenas um suntuoso e decorado com letras douradas bilhete:
"Emancipated people from mental slavery..."
terça-feira, 25 de julho de 2017
A quinta melodia de Haley
- Amor, estou com dor de cabeça...
- Já tomou o remédio?
-Já. Mas não passou...
-Foi aquele motor de novo?
-Foi, o dia todo... Naquele mesmo ritmo. E depois parava. Depois voltava... E track, track, track...
Reza a lenda que foi pensando na saúde de sua mulher que o criador dos motores musicais BBBear uniu a necessidade de uma solução ao amor por seu trabalho.
Como DJ havia tempos que ele buscava uma solução para a poluição sonora, não só para sua companheira, mas para a saúde de todos. Uma tarde curtindo as nuvens na sua hora preferida, a ideia: desenvolver um filtro que transformasse a vibração do motor antes de se tornar o som habitual aos nossos ouvidos, em energia para alimentar o sistema de som quando aplicado em carros, aviões, trens, e demais veículos que contam com motores barulhentos e potentes.
Porém a ideia seria ainda mais ambiciosa, uma vez que as montadoras aceitaram a introdução do filtro em seus motores e as condições para o rápido tempo entre desenvolvimento, pesquisa e aceitação foi recorde. A pesquisa pode se aprofundar e chegamos ao que hoje embeleza sonoramente nossa rotina: o filtro musical para motores, ou como ficou popularmente conhecido os Motores Musicais de Haley.
Sua função era a mesma que a oferecida à veículos, porém com uma evolução, um filtro direto da vibração do motor, transformada antes de energia para outro equipamento de som em uma nova opção em que o filtro adaptava a vibração do motor em um som próprio. Algo baseado na experiência vivida pelos DJs em suas picapes.
Em tempo recorde pode se perceber cidades mais calmas (e mais musicais também), com uma alta na queda (sic) das dores de cabeça da população.
quarta-feira, 21 de junho de 2017
Água com gás
-O que vai ser para vocês?
- Vou esperar um pouco, estou olhando o cardápio.
-Para começar eu vou querer uma água e depois um pretinho básico.
-Água com gás?
-sim
-Copo com gelo e limão?
-sim
-Com licença.
-Você está tomando água com gás?
- hã?
-Desde quando?
-Do que você. ..
-Suas bebidas senhores. Os dois cafés e sua água com gás senhor.
terça-feira, 20 de junho de 2017
"Vamos brindar a paz com nossas xícaras de café"
Eles silenciaram. Podemos tomar nosso café em paz. Um brinde a você e a mim.
sexta-feira, 28 de abril de 2017
"O Bruno passou voando..."
- O Bruno passou voando?
Disse uma Giovana incrédula e rindo de uma piada.
Alguém mais passou gritando:
“O Bruno passou voando!!!”
Enquanto todos procuravam um melhor ângulo para o voo de Bruno, Nati deixa escapar:
- Oh oh…
Olhares vorazes exigentes por explicação. Olhando para Geovana em tom de perdão, Nati vai
começar a explicar quando é interrompida por aquele engravatado da Marvel. Olhando para
Geovana, porém em tom de satisfação pelo destaque na cena, emenda:
- O Hulk não gosta do seu marido…
- O Hulk não gosta do meu marido?
Olhando inicialmente para Nati,que ruborizada coloca as mãos a frente do rosto:
- Mais precisamente o Rafinha não gosta do seu marido. O Hulk apareceu após Rafinha
encontrar com Bruno conversando com outros globais que vieram para o mesmo teste
que você e estavam perdidos em outro andar. Até explicar que batatas não são
bananas por causa de uma letra, o Bruno já estava voando e o Hulk recolhendo o dedo
com que desferiu seu peteleco. A Shirley acabou de enviar um relatório para o seu
whatsapp…
- Shirley?
- Shield (erro de dublagem), ele está bem.
Barulho de pasta sendo fechada e não será surpresa se a música do Porta dos Fundos
começar a tocar.
sexta-feira, 31 de março de 2017
"Nos escritórios da Marvel"
- Essa não foi aprovada…
- Quem? A Megan Fox?
- Sim, ela mesma …
- Mas porque?
- Eu não entendi também…
- E essa foi aprovada?
- Quase..
- Como assim?
- Ela chegou mais perto do que a Fox…
- O que? A Cléo Pires foi mais longe do que a Megan Fox…
- Mas o que fez a diferença?
- Nada, ela também não foi aprovada.
- Aff.
- Aff o que?
- Você seleciona e não sabe dizer nada.
- Quem é você?
- Eu sou irmã da Nati.
- Nati quem?
- Acho que você será demitido…
- Porque?
- Porque está vindo aquele cara engravatado falar com a gente…
- Cara quem?
- Você não sabe quem é essa menina?
- Eu deveria?
- Você está demitido.
- Como?
- Você ouviu, pode largar as fotos.
- O que?
- Menina, quem tem mais selfie-appeal Fox ou Pires?
- Alba, a Jéssica Alba.
- Sabe que pode dar certo.
- Eu já disse que você não trabalha mais…
- ...se pintar as pontas dos cabelos de loiro vai dar o toque que falta.
- Concordo.
- Oi mana, você não me viu aqui posando pra selfie?
- Vi, mas quis conversar com aquele cara ali.
- Incomodar né?
- Porque incomodar?
- Até você chegar o empresário da Megan Fox tentava forçar para ela ser contratada para o filme. Mas a sua ideia sobre a Alba foi brilhante.
- E quem vai fazer o Rafinha?
- Shhhhhhhh ele não sabe dessa ideia ainda...
sábado, 18 de março de 2017
"Run MotherFucker Run pt.3"
sexta-feira, 17 de março de 2017
"Em breve os italianos começariam a ligar pt.2"
quinta-feira, 16 de março de 2017
"As incríveis aventuras dos irlandeses pela Ásia pt.1"
...Mr. Roy alguma consideração sobre o período de preparação?
Após um breve silêncio, e momentos em que todos os integrantes da comissão técnica presentes buscaram-se mutuamente com o olhar, Mr. Roy responde:
- Tem sido um ótimo momento. Os rapazes têm dado o máximo de si nos treinamentos e o trabalho que Sir McCartney executa é exemplar.
Um sério Mr. Roy se levanta da bancada, não acena para os jornalistas e parte em trote leto e postura de ataque para fora da sala de conferências do centro de treinamentos da seleção irlandesa. A expectativa era grande devido a rumores sobre uma possível desavença entre Mr. Roy e o treinador Liam McCartney. As poucas e não confirmadas informações indicavam descontentamento do atleta com a estrutura oferecida pela federação, muito diferente da encontrada no seu clube na Inglaterra. Fato que não se repete entre a maioria dos atletas do grupo irlandês, acostumados com vestiários acanhados em ligas de menor expressão.
Os jornalistas esperavam outra reação de Mr. Roy, apaixonado e acalorado capitão da equipe. Aliás, chegaram a apostar, se após a entrevista o meio campista seguiria com a delegação ou não. Era plausível e possível o corte do atleta. Mas isso não aconteceu, e todos saíram furiosos do centro de convenções, os jornalistas que perderam sua diversão para os chavões de sempre de um boleiro, o atleta que teve que repetir um discurso pronto com o máximo de personalidade possível (e se segurar para não quebrar as garrafas de refrigerante à sua frente) e o treinador McCartney, que se encontrou fantasiado (com barba postiça e tudo) durante toda a entrevista e ninguém o reconheceu.
A Irlanda estava pronta para a estreia contra Camarões. O gol de empate de Mark Nederlands selou a atuação aguerrida de uma equipe que não se abalou com o gol camaronês no final do primeiro tempo. Os africanos com seu uniforme extravagante não impuseram seu jogo físico de correria e desde o inicio do jogo os irlandeses dominaram com seu sistema sólido, sem muita criatividade, mas muita transpiração. O cartão amarelo para o capitão foi justo, mas crucial. O atleta camaronês foi substituído minutos depois de levar a entrada que originou a falta.
O jogo seguinte, novamente após sair perdendo em jogada em sua área, os irlandeses esgotaram os alemães com o empate no lance final do jogo. O artilheiro Ronnie Keebb se antecipou à dupla de zaga menos vazada da Bundesliga e venceu o goleiro da Seleção da Copa. A sequência de empates fortaleceu o grupo, que se viu capaz de jogar de igual contra os dois favoritos da chave, e com o jogo contra a menor força do grupo na última rodada. Enquanto que os dois medalhões se matariam pela classificação. O empate irlandês aos 92 minutos não foi visto com bons olhos por ninguém. Apenas pelos espanhóis que deram entrevistas falando conhecer melhor o jogo europeu do que o africano, e que se sentiriam melhor em campo assim. “Coisa de estilo de jogo” disse o capitão espanhol após a confirmação do duelo na segunda fase. Um sanguinário Mr. Roy assistiu ao vivo à entrevista.
Um sanguinário Mr. Roy assistiu ao vivo à entrevista, depois de ficar mais tempo em frente à tv após o almoço. Reuniu os poucos colegas que foi encontrando antes de irem para o sono pós-almoço e exigiu uma resposta. Em campo, e para enfrentarem os espanhóis e não os paraguaios na próxima fase. Ronnie Keebb e os três goleiros envolvidos na reunião informal foram taxativos ao comunicar o ocorrido para o treinador McCartney ( à essa altura, e com a boa fase rolando, chamado carinhosamente de Macca pelos atletas), era cristalino e empolgante o compromisso de Mr. Roy com a classificação irlandesa. O objetivo as quartas de final.
Tanto o “bull’s eye” de Ronnie Keebb, quanto a timidez de Green ou a fé de Huff contaram com a colaboração de um ótimo goleiro saudita, porém em noite de Copa do Mundo terrível para seu país. Mr. Roy acertou mais passes nesse jogo do que em jogos mais tranquilos da Premier League, não por encontrar facilidade. Mas por estar disposto. E não levou nenhum cartão amarelo. Este era seu compromisso naquela reunião depois da declaração do líder espanhol. A vitória havia chegado.