quarta-feira, 16 de novembro de 2016

"Aquilo que foi intenso "

“Aquilo que foi intenso”


(som de porta batendo)

- Tá me ouvindo Marta? Marta? Eu sabia que não devia ter feito piada dos Bee Gees...

- Eu já disse que não estava ouvindo Bee Gees.

Disse Marta um tanto atordoada com o que acontecera antes. E antes (sic) que Raquel continue:

- Me conta melhor isso que o Fábio fez?

- Você não ouviu?

- Ouvi...

- Tem alguém aí? Alguém ouviu o que eu disse? Ai que vergonha, a primeira vez que me acontece isso e minha amiga já sai contando...

- Contando? Como assim? Não tem ninguém aqui comigo.

- Não tem mesmo?

- Não. Me conta sobre ti amiga. Até desliguei a música.

- Ai amiga, o Fábio. (com voz trêmula) Ele ... me surpreendeu...

- Como assim amiga?

- Me pegou no trabalho, pediu até para meu chefe me liberar 15 minutos mais cedo, me levou para jantar naquele sushi que eu adoro...

- Ele te liberou?

- Quem?

- O chefe, ele te liberou?

- Ah sim, liberou. Mas por que tu quer saber?

- Sei lá, tu sempre reclama dele né?

- É verdade, mas te contando, saímos do sushi e fomos para o motel...

- Capaz?

- Para de me interromper, Marta.

- Desculpa amiga. Mas até aqui a história está boa demais para tanto nervosismo na tua voz.

- Tu não entende mesmo , Marta.

- O que eu não entendo?

- Que foi a primeira vez.

- Como assim? Tu não é virgem...

- Boba, foi a primeira vez que eu me perdi.

- E qual o problema disso?

- E se o Fábio sabe fazer isso com todas? Ou se ele não sabe e deu sorte, ou melhor eu dei sorte. Ou pior, e se o Fábio nunca mais fizer isso?

- Te buscar no trabalho e te ajudar a sair mais cedo para jantar sushi e ir ao motel?

- Não!

- O que então?


- Ai, não sei! O Fábio me paga. 

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