“Aquilo que foi intenso”
(som de porta batendo)
- Tá me ouvindo Marta? Marta? Eu
sabia que não devia ter feito piada dos Bee Gees...
- Eu já disse que não estava
ouvindo Bee Gees.
Disse Marta um tanto atordoada
com o que acontecera antes. E antes (sic) que Raquel continue:
- Me conta melhor isso que o
Fábio fez?
- Você não ouviu?
- Ouvi...
- Tem alguém aí? Alguém ouviu o
que eu disse? Ai que vergonha, a primeira vez que me acontece isso e minha
amiga já sai contando...
- Contando? Como assim? Não tem
ninguém aqui comigo.
- Não tem mesmo?
- Não. Me conta sobre ti amiga.
Até desliguei a música.
- Ai amiga, o Fábio. (com voz
trêmula) Ele ... me surpreendeu...
- Como assim amiga?
- Me pegou no trabalho, pediu até
para meu chefe me liberar 15 minutos mais cedo, me levou para jantar naquele
sushi que eu adoro...
- Ele te liberou?
- Quem?
- O chefe, ele te liberou?
- Ah sim, liberou. Mas por que tu
quer saber?
- Sei lá, tu sempre reclama dele
né?
- É verdade, mas te contando,
saímos do sushi e fomos para o motel...
- Capaz?
- Para de me interromper, Marta.
- Desculpa amiga. Mas até aqui a
história está boa demais para tanto nervosismo na tua voz.
- Tu não entende mesmo , Marta.
- O que eu não entendo?
- Que foi a primeira vez.
- Como assim? Tu não é virgem...
- Boba, foi a primeira vez que eu
me perdi.
- E qual o problema disso?
- E se o Fábio sabe fazer isso
com todas? Ou se ele não sabe e deu sorte, ou melhor eu dei sorte. Ou pior, e
se o Fábio nunca mais fizer isso?
- Te buscar no trabalho e te
ajudar a sair mais cedo para jantar sushi e ir ao motel?
- Não!
- O que então?
- Ai, não sei! O Fábio me paga.