Estava
vazio. Estava vazio e perdido. E como estava vazio e perdido, pensava não haver
solução alguma , solução alguma para os problemas que julgava ter e naquela
altura já nem sabia quais eram, ou do que se tratavam. Estava oco, tomado pelo
ócio completo, se sentindo sem glória e sem razão de celebrar por algo, por
algo que ecoava nas vozes próximas o congratulando. Congratulando por o quê, se
sentia tão vazio?
Então
escrevia para passar o tempo, para passar o tempo até o dia em que fizesse
sentido a sua conquista. E conseguisse celebrar essa conquista, celebrar como
sonha celebrar, com a leveza de quem tem seus problemas urgentes resolvidos e
suas aspirações atendidas. Assim como, algumas vaidades, por mínimas que sejam,
precisam ser atendidas. E assim o véu da dúvida se esvai , se esvai. A ponto de
poder celebrar.
Em
alguma esquina de sua mente sabia que havia motivos para glória, mas nas
estradas tortuosas de sua percepção se apresentava um pequeno vazio. Pequeno
vazio, porém marcante, como uma canção qualquer que outra pessoa passa
cantarolando e coloca em nossa cabeça , e só ouvindo a canção para se despedir
dela. Uma hora passaria, mas essa hora não era agora , e isso o estava
atormentando.
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