segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A bailarina e o melhor negócio



João buscava seu melhor negócio. Passava dias e dias ligando do seu escritório para clientes em potencial. Acreditava no seu produto, pensava que faria a diferença. Estudou sobre tudo que julgava ser necessário para fechar seu melhor negócio. De empreendedorismo a engenharia necessária para fabricar seu produto. Um bom tempo dedicado e nenhum resultado, frustando o rapaz um pouquinho mais a cada dia. Mas ele persistia, mesmo que quase mecanicamente, ligava para os clientes e mesmo sem fechar o seu melhor negócio, seguia ligando. Um dia, quando se sentia esgotado apenas sentou em sua cadeira, fitou a paisagem pela janela com o olhar quase se perdendo, e no instante anterior a seu esbravejo de raiva e desilusão, o telefone tocou. Seu melhor cliente havia se apresentado. Estava tentando contato há algum tempo, mas o telefone costumava estar ocupado.

Maria, sonhava em ser bailarina. Mudou de cidade para isso. Frequentou por dois anos o mesmo estúdio, pagando as contas com seu trabalho em turnos opostos. Mas a falta de base teimava em deixá-la para trás das colegas. Não participara de nenhuma das apresentações que o estúdio montara. Mas mesmo assim se dedicava, se alongava, se machucava. Mas ao contrário de todos os outros, não se soube de uma reclamação dela sobre as dores comuns e as lesões naturais de quem se permite repetições excessivas. Até que um dia pensou em não ir mais ao estúdio, estava começando a sentir que não fazia parte daquela magia que os colegas ajudavam a compor. Saiu de casa para o estúdio para comunicar a professora de que não voltaria mais, mas ao entrar no grande salão em que praticavam, uma surpresa. A sala escura e em silêncio a intrigou. Acendeu a luz e então se deparou com uma bela faixa com seu nome escrito ao lado de um parabéns brilhante. Os colegas saltaram de todos os lados e a professora a recebia com um grande abraço. Informava que essa cena toda ocorria porque finalmente haviam encontrado a peça ideal para Maria participar, e como a personagem principal. E que essa busca já vinha de algum tempo, era inadmissível que alguém tão dedicada como Maria passasse em branco por aquele estúdio. 

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