A lua de Misa Amane
Um
risco no céu, ou uma nuvem distante e solitária. Mais uma noite, e muitas que
virão. O silêncio. A lua. Ela. Alguém ousou ser mais do que podia, e não olhou
com carinho para o seu destino. Um jogo de um brincalhão com liberdade. E seu
amado se foi.
A
lua há muito desistiu de pedir-lhe explicações, acreditava que aquela menina
que não envelhece lhe explicaria alguma coisa. Mas quando olhou nos seus olhos
e percebeu que ela também tinha suas dúvidas, encontrou sua companhia. O sol não
lhe daria sua luz, como dá para o planeta que acompanha. Há incontáveis pontos
distantes de luz quando a menina está lá novamente, sentada, com as costas
retas, em posição comportada. Há muito já passou o olhar de quem se deu conta
do silêncio.
Há
muito já passou o olhar de quem se acostumou com o silêncio. Ela não chora
mais, nem olha para o céu acima dela. Aqueles pontinhos distantes brilham,
feito as lágrimas que a secaram, alguém ousou ser mais do que podia. E não
entendeu as regras do jogo. Um dia ela soube a resposta.
E
quando soube, a resposta apenas lhe explicava, mas não lhe aliviava. E a lua
ali, a observando. Sem poder secar suas lágrimas, e sem poder secar as suas
próprias lágrimas daqueles pontinhos no céu.
Existe muito tempo para acompanharem, uma a outra. Um caderno, algo que
se escreva, tristemente simples.
Um
risco no céu, ou uma nuvem distante e solitária. Ela tem muito tempo para
descobrir. Não importa o que só ela pode ver, sua luz não vai lhe ouvir. A lua
e ela, dois satélites, vivos e silenciosos. Sem luz própria. E muito tempo para
observar o som de quem mastiga uma maçã.
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