Polaroid
Um
som atrás dele. Vindo do corredor. Mesmo virando-se rapidamente, apenas uma
mancha na parede. E um forte cheiro de Bourbon.
Um ar novo, algo está acontecendo. No bar onde ele estava. O estalo de uma luz
e uma mancha na parede.
Algo
novo está acontecendo, o sol cai bem para momentos assim. Não importa onde está,
sua vida não era mais sua vida. Ela estava okey, fosse andando pela avenida ou
encarando a distância bosque à dentro. O brilho de um registro.
Contando segredos e mais segredos, sua pele
brilhava. Duas maçãs sorrindo para mim, ela é linda. O café perfumava aquela
manhã. O corte no rosto não mudava nada, ela brilhava como em um nirvana. E
começou a correr. Fugindo da inercia da imagem.
Para bem
longe, como quem é perseguida. Como quem está andando em um bosque. Ela
brilhava. Feito um flash em uma polaróide.
Passávamos
todos os dias na mesma posição, ela deitada, eu deitado. E sangrávamos.
Sorrindo como loucos. Luz que ilumina e poderosa por conter a solidão, mesmo
distante. De todas elas, para ela foram minhas frases mais preciosas. E a mim só sobraram moscas.
E um belo
jardim, e muitas, muitas, muitas imagens bonitas. Registradas como um flash em
uma polaróid, impressas na tela e a distância. A paz de um bosque e uma nova
imagem nos unindo.
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