quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Polaroid

Polaroid

                Um som atrás dele. Vindo do corredor. Mesmo virando-se rapidamente, apenas uma mancha na parede.  E um forte cheiro de Bourbon. Um ar novo, algo está acontecendo. No bar onde ele estava. O estalo de uma luz e uma mancha na parede.
                Algo novo está acontecendo, o sol cai bem para momentos assim. Não importa onde está, sua vida não era mais sua vida. Ela estava okey, fosse andando pela avenida ou encarando a distância bosque à dentro. O brilho de um registro.
 Contando segredos e mais segredos, sua pele brilhava. Duas maçãs sorrindo para mim, ela é linda. O café perfumava aquela manhã. O corte no rosto não mudava nada, ela brilhava como em um nirvana. E começou a correr. Fugindo da inercia da imagem.
Para bem longe, como quem é perseguida. Como quem está andando em um bosque. Ela brilhava. Feito um flash em uma polaróide.
Passávamos todos os dias na mesma posição, ela deitada, eu deitado. E sangrávamos. Sorrindo como loucos. Luz que ilumina e poderosa por conter a solidão, mesmo distante. De todas elas, para ela foram minhas frases mais preciosas.  E a mim só sobraram moscas.

E um belo jardim, e muitas, muitas, muitas imagens bonitas. Registradas como um flash em uma polaróid, impressas na tela e a distância. A paz de um bosque e uma nova imagem nos unindo.  

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