Jornais
Extra!
Pai é recebido na porta de casa pelo casal de filhos, que o aguardavam ansiosos
para saber como foi o dia no trabalho. A esposa sorri assistindo a cena, ele
retornou. Sorrindo. E sorrindo se entrega para o momento. A calçada está varrida
e o ambiente bonito e feliz. Tão estranho para quem fica, mas isto é para
outras histórias reais de outros seres imaginários. Nada mais do que um caminho
que se passa, o pai explica para o filho no seu colo. De mãos dadas com a
filhinha dá um beijo carinhoso em sua esposa.
Extra!
Artistas de rua agem em ação silenciosa e rua que já assistiu muita tristeza,
amanheceu bela, colorida e com mensagem de apoio aos familiares dos jovens que
partiram. Uma mãe que passava pelo local se emocionou e agradeceu aos dois
rapazes que ofereciam suas “mímicas do abraço” (segundo eles) pelo carinho
recebido. “Foi de tocar o coração, meu filho não voltará para casa hoje, mas eu
voltarei em paz , porque esses meninos estão fazendo o que o meu faria se
estivesse aqui”. O carinho não alivia, apenas consola. E o medo é um abraço,
tão distante de quem fica.
Onde
vai? Nós estamos de passagem. Onde a rua nos abriga desse frio. Eu vou te encontrar,
está marcado. Gratidão por sorrir comigo. Estamos sempre de partida, mas a rua
nos abriga desse frio.
Extra!
Senhor anônimo tem sido visto andando pelas ruas abordando moradores de rua.
Segundo relatos, ele chega em seu carro, oferecendo sopa quente e um copo de
agua para todos. Mas há pães para quem está com mais fome, e cobertores para
substituir o frio. O curioso nessa história é que, segundo o próprio senhor
(que não quis se identificar, quando abordado pela nossa equipe), há apenas uma
exigência - muito inusitada por sinal:
em troca da alimentação, é pedido aos moradores de rua que opinem sobre as
noticias dos jornais que os aqueciam até que os cobertores chegassem, assim
pode conhecer mais de cada um. A verba para esta ação vem de amigos que toparam
participar, oferecendo produtos e dinheiro para que o máximo de pessoas sejam
atendidas. Perguntado sobre o desafio, o senhor disse: “A calçada não é pai,
não é mãe, não é nada além de um refúgio, um abrigo. Tão distante para quem
passa. Algo precisava ser feito e há muita gente querendo ajudar. Eu apenas
ofereço. E é como um professor amigo me disse certa vez, quem sai energizado
sou eu, porque é nessa troca em que se escondem os tesouros que a gente busca.
É o que eu penso pelo menos.” E sorrindo se despediu da nossa equipe.
Extra!
As pessoas estão sorrindo nesse domingo de manhã. Esta é a noticia que eu quero
ler nos meus jornais, e nenhum de nós irá desistir até que você esteja sorrindo
também. E esta é a noticia boa por que tanto
esperamos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário