domingo, 14 de junho de 2015

O senhor na montanha

                Uma solução encontrada, um erro cometido. Um momento de desencontro, o momento do reencontro. Uma nuvem dança no céu azul, a chuva espalha o verde de um gramado. Um sorriso encantador, o canto da boca caído em um sorriso ao contrário. Uma ave que voa, um bando que avança, o som silencioso de um gato a observar, um cachorro em trote desgovernado e impaciente em carinho.
                O sorriso com olhos escuros, o verde a observar com pontos de interrogação a intensidade de pontos de exclamação. O sim e o não. Um gol em outro continente, um bom sinal. Um helicóptero, um ídolo. Uma paisagem linda na janela de algum amigo. A sensação de paz em meio a tantos desafios. A sensação de vazio em se cumprir algo importante.
                Um grito contra o silêncio, um pedido de silêncio em meio a outros sons. Um domingo de outono, uma sexta feira de inverno, a madrugada de um sábado de primavera. E o calor. A canção preferida em eterno ensinamento, o violão que emudece. Um café barato, um cigarro que se apaga. Um sorriso de esperança.
                Uma bola de vôlei intocada, e outro joelho que dói. Um gramado que se repete, uma mudança de ambiente. Um trem, um ônibus e alguns carros. Inúmeras placas e poucas placas. Um olhar vazio e a busca pela imagem a se observar. Um chimarrão, uma cerveja, uma pizza ou uma carne de churrasco.
                Um telefone celular, a alta tecnologia aproximando e afastando. Um estalo, o dia que deixou de ser noite. Um erro, a acusação, o descaso, o abandono, o perdão, a redenção e a felicidade. O reencontro do ciclo, e o mundo que se justifica. As duvidas caem em perguntas, e se encontram em respostas.
                Uma música, um acorde, um livro, uma gravata, uma bermuda, botões, terno. Conta no banco, isqueiro, café, cinema, física quântica, quem explica. Quem afasta, quem se aproxima. Um perfume, óculos, cabelo em harmonia, rostos maquiados. Uma mesa com alguns microfones.
                Um chope escuro, um sorriso numa foto. Um aniversário. Amigos, muito estudo. Eternas perguntas, algumas respostas. Uma surpresa, uma agradável tarde de sábado. O mundo se abrindo, e o mundo fechado. A solidez do que não é o inicio, nem o fim e talvez, no máximo uma parte de busca, encontro e caminho. Atmosfera e linha de chegada.
                O medo corajoso e a valentia covarde. A estagnação e o movimento. Nós desatados, serendipidade, calma e paz. Fé.

Apenas um senhor meditando em uma montanha.

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