terça-feira, 5 de maio de 2015

Pistache

          Julia pensa que seria um bom dia para tomar um sorvete enquanto arruma seu quarto, e conversa ao telefone pelo viva voz com sua mãe. Comentam que estava um dia bonito para ser bem aproveitado, mas que tinham muitas coisas a fazer. Mas Julia está de bom humor, enfim, coisas a fazer são coisas a fazer e não coisas a temer. Ela tentou explicar a diferença para a mãe, mas não quis se estender. Sua mãe já estava feliz por escutar sua voz em bom humor.
          Julia se lembra de um colega de faculdade, daqueles com quem se tem pouco contato e se sabe muito pouco. Isso a faz lembrar do último trabalho do mestrado a ser enviado, e liga para o colega com quem está desenvolvendo a ideia. Bãããñnnnn , quando ela se dá conta que o nome dos dois colegas é o mesmo,e a única coisa que muda é a relação dela com cada um. Estranho, está um belo dia lá fora, ela pensa.
         Julia comenta com o colega sobre o prazo e o que podem fazer para acelerarem as coisas. Um carro passa à toda velocidade por ela, firme ao solo, mas muito veloz. Bãããñnn , quando ela escuta uma voz carinhosa dizer:

- Come com cuidado esse sorvete Julinha, essa casquinha não está muito firme e é muito grande pra ti, filhinha.

        É apenas uma mãe cuidando de sua filha enquanto tomam sorvete saboreando um bonito dia. Julia entra na sorveteria que as duas saíram e pergunta qual o sabor que aquela menininha havia pedido.

- Pistache,   diz o atendente.

Bããããnnnn , é o sabor preferido de Julia.

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